trazida pelo vento a tiracolo...
Do céu ainda se espera algum azul.
Só isso nos mantém fiéis à esplanada.
Aqui ao lado, no quarteirão dos pescadores
a vida corre à medida das marés,
com as gaivotas recortando o horizonte das viúvas
e as traineiras indo e vindo em formação.
E se aqui continuamos, presos pela chuva,
é para que a vida não nos entre tão depressa pela porta.
Ou não fosse a alegria um bálsamo
que raramente se entranha até aos ossos.
Vale a pena congelarmos o silêncio,
... o espaço afectuoso entre as palavras.
Vítor Nogueira

2 comentários:
...nao conheço a autor, mas adorei as palavras...
Vale a pena congelarmos o silêncio,
... o espaço afectuoso entre as palavras.
um silêncio cheio de afecto e preenchido pelo carinho que estas palavras deixaram em mim...soube bem ler...sabe bem ler os teus pedacinhos deixados no blog...:) beijo
Hummm.... Parece que não foi só por Maputo que a chuva trouxe nostalgia... Esta noite, para complementar a dor da ausência de alguém... trouxe também consigo relâmpagos que inundavam o céu, levando bem longe a dor k sentimos e um ruido ôco, vindo do fundo da terra e de cada um que sente a dor de não estar perto de quem ama...
Não houve silêncio congelado em Moçambique.. houve gritos roucos e dores luminosas por todo o céu...
O dia amanheceu chuvoso e frio... a dor permanece...
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